DESDE 2009 NOTICIANDO O ESPORTE DE ICAPUÍ E DO CEARÁ

Gente nossa por aí... Maizena

As mãos que um dia o levaram a ser chamado de "Paredão Tricolor" atualmente estão a serviço do comércio automotivo. Ele é Geraldo Carlos Burile, mas torcedores de mais de uma dezena de clubes brasileiros, incluindo Inter, São Paulo e Fortaleza, o conhecem como Maizena. Hoje, com 44 anos, o ex-goleiro trabalha com carros na periferia de Fortaleza. A empresa leva o nome dele. Mas Maizena não trocou as luvas pela graxa.
Longe dos gramados, o ex-camisa 1 fala que não tem segredo em sua nova profissão. Na prática, ele fica mesmo é na retaguarda do negócio.
- Iniciei no ramo há pouco mais de seis anos, mas via a coisa de longe. Desde que parei de jogar futebol, em 2006, é que tenho ficado mais perto. Tenho colhido frutos. Espero manter o sucesso - comentou Maizena.
Mesmo atuando no ramo automotivo e convivendo com carros por todos os lados, Maizena não é dos mais talentosos quando o assunto é mecânica. Ele leva bem mais jeito na administração - ou seja, como mecânico, Maizena passa longe do talento que tinha nos tempos de jogador.
- Vou ser sincero: eu não entendo nada de mecânica. Fico mais na parte administrativa. Tenho ajuda da família, e isso é muito importante.
Mas uma coisa é certa. Maizena aproveitou bem o que ganhou no futebol. Adquiriu um novo imóvel para outro empreendimento e ampliou substancialmente a oficina mecânica.
Maizena- ex- goleiro do Fortaleza- Lembra dele? 2 (Foto: Luana Andrade/ Globoesporte.com)Maizena se dedica a administrar sua oficina em Fortaleza (Foto: Luana Andrade/ Globoesporte.com)




O novo imóvel sedia uma loja de roupas femininas, da qual é proprietário ao lado de sua esposa. Este segundo empreendimento fica exatamente ao lado de sua oficina mecânica e representa a ampliação dos negócios que Maizena instituiu em Fortaleza, após os últimos anos como goleiro do Tricolor do Pici.
Sonho realizado
Em novembro de 2011, o sonho de vestir a camisa da seleção brasileira foi realizado por Maizena. Mesmo que não tenha sido no futebol de campo. Ele atuou na Copa América de Showbol, realizada em Fortaleza, no Ginásio Paulo Sarasate.
O arqueiro, que passou por 15 clubes antes de pendurar as luvas, viu seu desejo de representar o país concretizado.
- Desde que eu comecei como profissional, em 1988, vestindo a camisa do Cascavel-PR, equipe da minha cidade natal, tinha um sonho na cabeça de um dia representar o Brasil em uma competição. Não importava que campeonato fosse, valendo pontos ou um simples amistoso. Acho que esse dia chegou, e estou muito feliz em ter participado desse torneio - disse Maizena.
Seleção Brasileira de Showbol em Fortaleza (Foto: Tuno Vieira/Agência Diário)Maizena (3º em pé da esquerda para a direita) em foto com a seleção brasileira de showbol em Fortaleza
(Foto: Tuno Vieira/Agência Diário)
Ídolo da torcida do Fortaleza, Maizena sempre é lembrado nas ruas de Fortaleza e recebe pedidos de fotos e autógrafos - carinho e atenção que ele sempre procura retribuir.
- Esse é o carinho que a gente conquista dentro de campo, com trabalho. Por mais simples que possa parecer, a gente tem que valorizar. E é importante a gente resgatar essa relação com o torcedor. Faz bem ao nosso ego - frisou Maizena.
Maizena e Maurílio no comando técnico do Maranguape (Foto: Divulgação/Maranguape)Maizena e Maurílio no comando do Maranguape
(Foto: Divulgação/Maranguape)
Volta aos gramados
Em 2009, Maizena até que ensaiou um retorno ao futebol. Foi auxiliar técnico do ex-atacante Maurílio na equipe do Maranguape, que disputava a primeira divisão do Campeonato Cearense. Mas a experiência parou por aí. O Gavião da Serra não foi bem, e ele e Maurílio acabaram deixando o time no meio do campeonato.
- Foi uma boa experiência. O Maurílio continuou e se projetou ainda mais (atualmente, é treinador do Crateús, time do interior cearense) - pontuou o ex-jogador.
Alegrias e decepções
O ex-goleiro garante que, durante sua vida no futebol, teve mais alegrias do que tristezas: a conquista do Paulistão, em 1989, pelo São Paulo; o Gauchão de 1991, pelo Inter; e o bicampeonato cearense de 2000/2001, pelo Fortaleza. Este último ainda possui grande identificação para ele.
Maizena no início da carreira (Foto: Divulgação)Maizena foi campeão por São Paulo e Internacional
(Foto: Divulgação)
- Meu primeiro título importante conquistei pelo São Paulo. Joguei algumas partidas como titular e foi interessante para a minha carreira. Depois, o Inter me contratou, e faturei dois títulos lá, o Gauchão e a Copa FGF. Mas foi no Fortaleza que vivi meu melhor momento. Conquistei um campeonato que a torcida não via há sete anos (o título cearense de 2000) e participei de um grupo bacana que serviu de base para aquele timaço de 2002, que só não foi campeão brasileiro por detalhe (o ex-goleiro se refere à decisão da Série B, entre Fortaleza e Criciúma. O time catarinense acabou se sagrando campeão) - relembrou Maizena.
A maior decepção da carreira de Maizena foi a perda do tetracampeonato estadual pelo Fortaleza. Maizena diz que acreditava na vitória, mas até hoje não entende o que houve nas duas partidas diante o Ceará, em 2006.
Naquele ano, o Tricolor do Pici havia goleado o Alvinegro em duas oportunidades, durante o campeonato, e chegou à final como favorito ao título. No entanto, em campo, o Vovô ganhou as duas partidas da decisão, ambas por 1 a 0, e levantou o troféu.
- Foram resultados atípicos. Nosso elenco era bem melhor do que o do Ceará, embora eles tivessem um plantel de qualidade. Mas o nosso vinha embalado, e tínhamos aplicado neles duas goleadas. Acho que houve muito favoritismo. E perdemos a confiança quando saímos derrotados na primeira partida. Em uma decisão de dois jogos, e sendo um clássico, perder o primeiro é desastroso e difícil de reverter - afirmou o ex-goleiro.
Maizena nos tempos de Fortaleza (Foto: Fernanda Oliveira/ Agência Diário)As melhores lembranças de Maizena estão nos tempos de Fortaleza (Foto: Fernanda Oliveira/ Agência Diário)

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